sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Entrevista Exclusiva com o músico Brian Farrell



UM DOS MAIORES VIOLONISTAS DA IRLANDA


Vencedor de todas as principais competições de música em seu país, Brian Farrell é um experiente violonista irlandês. Brian vem ganhando cada vez mais destaque no cenário da música mundial.

Brina - Desde muito jovem vo­­cê esteve envolvido com mú­­­sica. Como foi esse pro­ces­­­­­­so de apren­dizagem, e qua­is fo­­ram suas influências?

Brian Farrell - “Eu comecei meus estudos musicais com 10 anos. Eu estava par­ti­cu­lar­men­te influenciado pelo toque do vi­­­o­lão do cantor e com­po­si­tor James Taylor e passei mu­i­­to da minha juventude to­can­do suas canções. Eu fui a­traí­do para o violão clássico por ter vis­to John Williams na TV bri­tânica durante os anos de 1970. Eu sou autodidata, mas ti­n­ha, inicialmente tido au­las com o falecido Barry Law­lor que era um dos melhores pro­­fe­ssores de violão da Ir­lan­da.”

Brina - Quan­do e co­mo vo­cê se tor­­nou um vio­lonista profis­si­onal? E por que especi­fi­ca­­­­­­­­­men­te o vio­­­­lão?

Brian Far­rell - “Minha car­re­­ira na mú­­si­ca re­al­men­­­te come­çou co­mo um hobby. Meu ir­mão ti­nha uma gui­tarra elétrica e eu tive a oportunidade de ter au­las na escola. Eu descobri que eu ti­nha um talento para a mú­si­ca e eu gostava da inde­pen­dên­cia de tocar o violão, como ele é pri­meiramente um ins­tru­­mento so­lo. Acredite ou não, a minha primeira carreira foi como um mecânico de mo­tos! No en­tan­­­to, eu era ambi­ci­oso e eu con­tinuei meus es­tu­dos de mú­si­ca, even­tu­al­men­te, me qua­lificando como um pro­fes­sor, o que me permitiu mu­dar a minha carreira há ma­is de 30 anos atrás.”

Brina - Hoje, você é um mú­sico respeitado na Irlanda, ten­do ganho vários dos principais concursos de música e tam­bém par­ticipado em vários pro­gra­­­mas de TV e rádio. Você já to­cou em outros países?

Brian Farrell - “Não - Eu nun­­ca toquei no exterior. In­fe­lizmente, eu sofro de an­si­e­dade de desempenho, (medo do palco), que piorou ao longo dos anos e tem reduzido sig­ni­­fi­cativamente o meu desem­penho em público. O poder da in­ternet é fantástico,  como eu pos­­­­so gravar performances sem qual­­quer pressão e com­par­­tilhá-los com os meus ou­vin­tes.”

Brina - Sua música é ex­clu­si­vamente instrumental. Isso exi­ge mais de você como mú­sico?

Brian Farrell - “Sim, música ins­trumental pode exigir mais do músico - no entanto, você tam­bém tem maior controle so­bre a música que você toca e co­mo você interpreta isso. Cos­tu­mo lembrar aos meus alu­nos dizen­do - "Você pode di­zer o que qui­ser pa­ra o seu pú­­blico, des­­­de que vo­­­­cê não fa­­le". Eu acho que o violão clá­­­s­­­­sico pro­vou até ago­ra que te­m o es­­copo pa­­ra to­car mui­tos tra­balhos não o­ri­­gi­nal­men­te desti­na­dos ao vi­olão. No en­tanto, isso re­quer muito de um tocador, não so­mente em ter que dar a me­lhor inter­pre­tação, mas tam­bém em tra­ba­lhar fora de um a­cor­do só­li­do que per­ma­nece fiel ao ori­ginal.”

Brina - Você atualmente tra­ba­lha como professor de vi­o­lão e tem muitos estudantes ao re­­dor do mundo. Quan­do você co­meçou a ensinar, e co­mo vo­cê descreveria essa ex­pe­riên­cia?

Brian Farrell - “Comecei a ensinar há mais de 30 anos. Meus alunos vão desde 7 a 70 anos e incluem inici­an­tes e músicos profissionais.
Eu sempre ensinei privada­men­te e incentivo as pessoas a fa­ze­rem os exames, pois is­so dá a elas um objetivo e uma sen­­sa­ção de realização quan­do os re­sultados chegam. Is­­so re­quer que eles trabalhem em uma ampla gama de téc­ni­cas; teoria, leitura da vista, testes au­ditivos, etc. Isso am­plia a ex­­­periência musical do alu­no e me­lhora a sua inter­pre­tação musical geral e téc­nica.
Eu tenho visto as coisas mu­da­­rem nos últimos 30 anos. Ní­veis de concentração são mu­i­­to mais curtos agora, mui­tos alunos são também "usados" para o rápido ritmo mais ani­mado do mundo ele­trô­nico em que vivemos ago­ra. Esperar que os alunos pra­ti­quem pa­ci­en­­temente por mui­tas horas está se tornando quase impos­sível e é difícil sa­ber onde tudo is­so vai acabar. Há um monte de gen­te se vol­tando para o You­­­tube para a­pren­der mú­si­ca (mui­tas vezes mal!), o que nem sempre é bom, pois sim­ples­­mente não há substituto para uma lição one-on-one.”

Brina - Quais são os seus novos pro­jetos musicais?

Brian Farrell - “O meu novo CD "By Lindisfarne" está pres­­tes a ser lançado. Possui mú­sicas composta por Steve Mar­­sh, guitarrista e com­po­si­tor do Reino Unido. Eu tam­bém estou trabalhando em um  CD inteiro de Leo Brouwer e um todo de Bach. Em 2013 eu gra­vei o  "Etudes Simples" por Leo Brouwer que estão no meu CD "SixDancers" e eu es­tou indo para incluir suas úl­ti­mas "Studies" sobre o no­vo CD, que na verdade eu já gra­­vei.
Eu gostaria de salientar que, com o início da distonia focal do músico na minha mão di­re­i­ta, minha frequência em to­car foi dras­tica­men­te re­du­zi­da nos últimos anos. Estou re­ce­bendo trata­mento no mo­men­to e eu estou es­pe­ran­ço­so de que isso vai ser bem su­ce­­dido. É uma con­dição mui­to severa de ser atingida mas es­tou me man­tendo muito po­si­tivo e ge­ren­ciando isso por en­quanto.”

Brina - Brian, por favor, man­de uma mensagem para seus fãs brasileiros.

“Eu gostaria de agradecer a todos os meus fãs bra­si­leiros pelos seus cum­pri­mentos em minhas páginas do Facebook e YouTube. Eu leio e respondo a cada um e eles me inspiram a con­­tinuar trabalhando du­ro, bem como o retorno é sem­pre 100%. Continuem  a ou­vir e a­preciar a minha mú­sica.”

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